Viajar sozinha para o Egito e os cuidados necessários

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Pirâmides, efinge, um dos melhores lugares para mergulhar no mundo e muitaaaaaa história. Se você morre de vontade de conhecer o Egito, pode ter certeza que não está sozinha.

Mas junto com esse sonho, vem muitos medos: é seguro? Dá pra ir sozinha como mulher? Como sempre falamos, viajar sozinha é libertador, mas não podemos romantizar os perigos eminentes, principalmente em alguns destinos com culturas muito fechadas, onde as mulheres ainda tem um longo caminho a andar em relação aos seus direitos.

Convidamos a viajante Talita Sara, apaixonada pelo Egito e com os passaporte mais que carimbado no país, para contar sobre uma de suas experiências e compartilhar algumas dicas essenciais para a viagem.

Olhar Feminino:

Uma perspectiva feminina de cada mulher sobre cada lugar que visitaram ou viveram no mundo. São assuntos que chamam muito mais nossa atenção como mulheres e, na maioria das vezes, passa despercebido pelos homens. Pontos importantes de trazermos a tona, não apenas culturalmente, mas também quando estamos nos preparando para uma viagem sozinha. 


“Atualmente, o Egito tem um aviso de viagem “Nível 2” (Maior Cuidado) segundo o Departamento de Estado dos EUA, mas isso nunca me impediu de viajar várias vezes para a Terra dos Faraós.

Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece, né? E é verdade! Minha primeira viagem ao Egito foi frustrada, isso porque nem cheguei a entrar no país. Então senta que lá vem história…

Preparei cada dia da dia da minha viagem para Israel e Egito, era o sonho da minha vida se realizando, mas nem tudo sempre sai como imaginamos. Na chegada em Israel já fui enviada para uma “entrevista” a parte, e depois de longas 6 horas mandaram me deportar para o Brasil.

“O que uma brasileira solteira quer fazer aqui?”

eu ouvia as policiais falarem enquanto eu esperava que liberassem a minha entrada no país. O bom (ou não) é que eu falo hebraico, então todas as coisas “lindas” que estavam falando sobre minha pessoa eu estava entendendo e ao mesmo tempo fingindo que não. Vi meus planos irem por água abaixo quando me levantei da cadeira, peguei minha mala e acompanhei a policial para o procedimento de retorno ao Brasil. Mas como eu acredito muito em milagres, um verdadeiro milagre aconteceu no caminho e consegui permanecer no país. Israel é um país rígido em relação a segurança, o que está certo, mas os turistas não veem o lado positivo disso, eu sim. Toda essa pressão me faz adorar mais ainda esse lugar e me sentir segura por lá. Prometo que em um próximo post conto tudo com detalhes o tal ‘milagre’.

Passei as portas do aeroporto banhada em lágrimas, não sei se de alegria ou nervoso, peguei um táxi e fui para a primeira casa que me hospedaria através de Couchsurfing, esse assunto também vale um próximo post, as experiencias de se hospedar com desconhecidos no Oriente Médio.

Depois de 10 maravilhosos dias batendo perna em Israel chegou o momento de visitar Jerusalém, a última cidade que conheceria em Israel antes de partir para o Egito. Fui recepcionada por minha anfitriã na cidade sagrada enquanto ela se despedia de sua última hospede que estava liberando o sofá para minha chegada, ela estava a caminho do Egito, o mesmo trajeto que eu faria 4 dias depois.

Um dia antes da minha passagem pela fronteira, minha anfitriã recebeu uma ligação da última hospede, eu ouvia toda a conversa no “viva voz” do telefone enquanto minhas pernas tremiam. Passando a fronteira de Egito com Israel logo no amanhecer do dia, ela negociou com um taxista árabe o valor de USD 50 até o Monte Sinai, um valor justo na minha opinião. Depois de quase uma hora de viagem, em meio ao nada, o tal motorista parou o carro e disse a ela: “ Mudei de ideia, são 500 dólares”. A reação dela seria a mesma nossa se estivéssemos em seu lugar, brigar pelo combinado, ainda mais que sempre viajamos com o dinheiro contado. Depois de tanta discussão com o carro parado no meio do deserto, o safado chegou ao ponto que queria, “Não tem o dinheiro? Sem problemas, mulheres brasileiras sabem bem como pagar de outra maneira”, nesse momento ela entrou em pânico e saiu do carro, o tal homem não tentou agarrá-la e nem a forçou a nada, isso sim seria um crime, já o assédio não tem pena nenhuma.

Como ele viu que não teria sucesso com sua vítima, acelerou o carro e deixou a viajante em meio ao deserto, o problema que não era nem na estrada principal. Depois desse episódio já visitei o Egito dezenas de vezes e realmente é difícil se localizar em meio a tanta pedra e areia, como a região que ela foi deixada. Já era quase noite, e ela estava caminhando a horas sem saber para onde estava indo, até que encontrou um menino beduíno que brincava por ali e a ajudou, se não fosse assim ela passaria a noite no deserto.

Ela contava tudo com muito pavor, me doeu saber o que ela passou e acabei desistindo da minha aventura que seria no dia seguinte. Eu sei que isso acontece com uma a cada mil, mas não queria correr o risco, e acabei adiando meu sonho de conhecer o Egito por mais alguns meses.”

Conheça a experiência e dicas da Talita sobre o Egito clicando aqui!

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